A experiência do Estágio Interdisciplinar de Vivência de São Paulo (EIV-SP)
Entre os dias 9 ao dia 24 de Janeiro de 2016, ocorreu o Estágio Interdisciplinar de Vivência de São Paulo (EIV-SP), durante o qual estudantes podem residir por um período em assentamentos ou acampamentos da Reforma Agrária de São Paulo. O EIV é realizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e participam de sua organização também os movimentos estudantis, como ENEBio, Levante Popular da Juventude (LPJ), além de outros movimentos sociais populares.
O EIV visa, por meio de espaços de formação política como painéis, debates, espaços auto organizados acerca de temas específicos e vivência nas comunidades rurais, propiciar não apenas a formação política dos estudantes participantes, mas estimular a sensibilização crítica da realidade e, a partir desta, estreitar os laços entre os estudantes e os movimentos sociais populares, a fim de se se construir um movimento estudantil com identidade de classe e de transformação social. Neste ano, o EIV reuniu estudantes de diversas áreas do conhecimento (exatas, biológicas e humanas) e de diferentes localidades do Brasil, assim como de outros países da América Latina (Argentina e México).
Para mim, o mais marcante da minha experiência no EIV foram a interdisciplinaridade em todos os espaços de formação e a nossa interação com as agricultoras e agricultores durante a vivência de campo.
Pudemos, mais que viver, mergulhar numa experiência fantástica e indescritível junto aos companheiros do acampamento Eugídio Brunetto, situado em Altair e Guaraci (região norte do Estado de São Paulo).
Quando me perguntam sobre o que foi o EIV, é difícil de falar! O que consigo afirmar é que este estágio foi muito mais que um processo de formação política e que ele, sem dúvidas, transcende qualquer aprendizagem estruturada na Universidade: o EIV nos permite contextualizar, refletir e valorizar o significado do trabalho. E sentir ainda mais amor, cooperação e gratidão pelo próximo. A disciplina, o companheirismo, a coletividade e interação responsável firmadas no EIV serão, sem dúvidas, frutificadas ao longo de toda a minha vida.
Por Bruna Meira – Estudando do curso de Agronomia – UFSCar/ Lagoa do Sino
