1ª Mini Caravana Agroecológica

No dia 18 de novembro de 2015, a Rede UFSCar Agroecológica promoveu sua primeira Mini Caravana.  Visitamos o acampamento Elizabeth Teixeira, do Movimento dos Trabalhadores rurais Sem Terra (MST), em Limeira (SP).

Mini caravana

Este foi o primeiro passo para inicializarmos futuras parcerias entre nossa Universidade e a comunidade do Elizabeth Teixeira. Pudemos ver e ouvir sobre a luta dos agricultores que ali residem e trabalham, sobre a urgente importância da Reforma Agrária em nosso país e pensamos juntos sobre como a UFSCar pode ser uma parceira na luta dos acampados.

Com certeza, a partir desta experiência uma semente importantíssima foi plantada no coração de cada um de nós! Sigamos nesta construção!

“Reforma Agrária quando? Já!”

Carol

Por Carolina Rios Thomson, mestra em Agroecologia e Desenvolvimento Rural – PPGADR/UFSCar.

Leia aqui depoimentos de alguns dos participantes da nossa 1ª Mini Caravana:

“Meu nome é Olivia e sou aluna do 6º período do curso de Engenharia de Produção, da UFSCar, campus Sorocaba. Quando eu recebi o email sobre a 1ª Mini Caravana Agroecológica que iria visitar o Acampamento Elizabeth Teixeira, eu não sabia do que se tratava e nunca tinha tido nenhum contato com o tema, entretanto a motivação principal por ter participado deste evento foi a seguinte frase: “ouvir e sentir o que eles têm a nos ensinar” e foi isto que fizemos.

Ao longo da graduação, estando principalmente em um curso de Engenharia, nos prendemos muito a disciplinas, cálculos e requisitos tidos como indispensáveis para nossa formação, mas poucas vezes ao longo desde tumulto de cobranças, paramos realmente para ouvir e sentir algo que uma pessoa totalmente alheia a este ambiente tem a nos ensinar. Eu nunca tinha me aproximando de nenhuma forma do MST e foi realmente incrível poder participar disto.

Durante a visita, conhecemos diversos tipos de plantações diferentes, formas de cultivo diferenciadas e desenvolvidas por eles através da observação. Nos foi apontado também problemas, como a poluição das minas de água ali da redondeza desencadeada pelas indústrias da região, evidenciando ainda mais o distanciamento da universidade pública em relação a sociedade, que deveria estar ali, fazendo daquele solo fonte de conhecimento prático e interagindo com a comunidade. Isto sem dúvidas traria benefícios para ambos os lados.

Gostaria de incentivar a todos que se interessaram pelo tema e deixaram a oportunidade passar, que participem das próximas caravanas, muito além do conhecimento técnico, aprendemos muito sobre ser humano, determinação e eu senti que deixei muitos preconceitos de lado. Ouvir o que alguém tem a lhe ensinar sempre vale a pena.”

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Olívia Margoto, estudante do curso de Engenharia de Produção – UFSCar/Sorocaba

“Conhecer um acampamento ou um assentamento de luta pela reforma agrária é sempre uma experiência única e marcante. Cada um tem suas peculiaridades, desde a história, a terra até as pessoas e como se organizam. Assim, entrar no Acampamento Elizabeth Teixeira, do Movimento dos Trabalhadores rurais Sem Terra (MST), em Limeira (SP), me causou expectativa e ansiedade, seguidas por olhares sedentos e emoções saudosas ao lá entrar. O acolhimento por parte dos membros do movimento já valia toda a viagem que fiz desde São Carlos. Ouvimos a história do acampamento e seus desafios, sendo impossível não se admirar frente às adversidades sociais impostas às pessoas que sedispõem a ser resistência ao modelo fundiário e de produção agropecuária brasileiro. Ao visitar o acampamento e ver tanta produção, tal sentimento só crescia. Despedimo-nos em meio a uma chuva fraca, porém clamando em coro com muito desejo: “Reforma Agrária, quando? Já!” A comitiva dos integrantes da Rede, se assim posso chamar, se reuniu já em Araras, e debatemos um pouco sobre a extensão universitária e rural, seus rumos e possibilidades, não só quanto ao acampamento que visitamos, mas dentro das nossas construções diárias. Nós de São Carlos ainda tivemos a oportunidade de conhecer o Sistema Agroflorestal que os estudantes da Agroecologia estão construindo, trocamos figurinhas e camaradagem, provada já à noite quando nosso carro quebrou e fomos amparados pelos O contato com movimentos sociais pela reforma agrária, assim como com colegas de outros campi focados no estudo da Agroecologia e suas faces, mostraram como a Rede vai caminhando, deixando nas pessoas que a compõe e nas que, como eu, vem chegando, aquele ímpeto de querer construir e tocar adiante rumo a uma reforma agrária agroecológica.”

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Taísa Baldassa, estudante do curso de Engenharia Ambiental -UFSCar/São Carlos

Michel Barbara • 18/11/2015


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