II Dia da Agrofloresta – Agroflorestando o Bananal

II Dia da Agrofloresta – Agroflorestando o Bananal

Nos dias 25 e 26 de junho, realizamos o II Dia da Agrofloresta no Centro de Ciências Agrárias da UFSCar. Foram dois dias intensos de mutirão e trocas de experiências em relação aos princípios e ao manejo das agrofloresta sucessionais, com a presença de 60 pessoas – dentre estas haviam agricultoras e agricultores; jovens assentados; estudantes; professores e demais interessados da região.

O curso foi organizado pelo Coletivo Pés Vermelhos e facilitado pela Olívia Gomes, geógrafa e ‘agrofloresteira’ na Fazenda da Toca. Teve como tema geral a transição de uma monocultura de banana para um Sistema agroflorestal e as práticas foram realizadas em um bananal na área do coletivo.

Neste curso, partindo de metodologias participativas e lúdicas, pudemos construir coletivamente os conceitos e princípios trabalhados, além de realizar o planejamento agroflorestal e colocá-lo em prática.

A diversidade se fez presente com a ajuda de cerca de 100 Mudas de café, 200 mudas de pimenta cumari, diversas estacas de mandioca, propágulos de inhame, além das muvucas de sementes com mamão, abobrinha, abóbora e milho – em uma -, crotalária, feijão guandú, feijão de porco – noutra – e sementes de árvores diversas em outra ainda! Tudo isso dinamizado pelas mãos e corações de 60 pessoas nesses dois dias que estivemos juntos.

Mas afinal, o que é Agrofloresta?

Agrofloresta é um termo recente para uma prática muito antiga, onde os cultivos de alimentos, fibras e madeiras são realizados em equilíbrio com as características do ecossistema local.

Em uma Agrofloresta, as espécies escolhidas são consorciadas de acordo com a sucessão natural (ciclo de vida e estrato ocupado) e a cooperação entre elas. Um único elemento pode estar cumprindo diversas funções – distribuídas no espaço e no tempo. Essa multifuncionalidade dos elementos verifica-se quando analisamos os benefícios que uma planta presta a outra e ao sistema como um todo, como: fixação de nitrogênio no solo; produção de biomassa para o sistema; criação de microclima para melhor desenvolvimento das mudas florestais; descompactação do solo; sequestro de carbono no solo – seja por ação microbiológica, ou das plantas; produção de alimentos, forragem, madeira e produtos florestais não madeireiros; produção de sementes; atração de inimigos naturais; ciclagem de nutrientes; atração de fauna nativa; incentivo a resiliência; etc.

Enfim, a agrofloresta é uma forma da gente se devolver para a natureza e, a partir de um novo paradigma, produzir abundância em comunhão com esta que nos acolhe – a Mãe Terra!

Muita Agrofloresta a todos!

Por

Marcelo Gomes12190094_10154181504524179_6664885065400121448_n Barroca Xavier
Estudante de Agroecologia

Aline Holmos • 27/06/2016


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